Hoje pela manhã eu escutei no rádio que o Obama irá fazer uma visita a fábrica da Chrysler aqui em Ohio. O encontro é significante pois a Chrysler foi uma das empresas que recebeu parte do dinheiro do plano de resgate econômico promovido pelo governo Americano em 2009. Na época, em uma decisão polêmica, o governo decidiu comprar grande parte da empresa (e suas dívidas) como empréstimo a ser pago em um período inicialmente previsto para 7 anos. Atualmente a Chrysler já é uma empresa lucrativa novamente e, semana passada, re-comprou a parte da empresa que foi cedida ao governo na época do resgate econômico – uma antecipação de 5 anos! A visita do presidente a fábrica da Chrysler é uma oportunidade simbólica que reafirma que o plano econômico montado pelo governo Americano deu certo e protegeu o emprego de milhares de trabalhadores na indústria automobilistica – principalmente se considerarmos todos os fornecedores da Chrysler, que também estariam no buraco caso a empresa quebrasse.
Vale lembrar que o desemprego nos EUA ainda varia entre 8% e 9%. Os preços de imóveis continuam a cair e a econômia vem crescendo em um ritmo que varia entre 2.5% a 3.5% a cada trimestre. Se pensarmos com calma, a situação não é tão desesperadora assim e a evolução do país nestes últimos 3 anos é realmente de se orgulhar se levarmos em consideração a gravidade da crise de 2009.
É mais uma vitória do governo Obama que, em 2009, sofreu duras críticas por ajudar empresas como Chrysler e GM. Agora a história já é bem diferente. Até mesmo empresas que não receberam ajuda financeira do governo, como a Ford, foram capazes de se reinventar e já estão registrando lucros novamente. Fato é que, como Obama mesmo diz, os Americanos tem uma capacidade incrível de se reinventar e transcender sérios problemas em prol do bem estar da nação. Foi assim na segunda guerra mundial, quando os EUA passaram de força naval tímida na época do ataque a Pearl Harbor para a maior marinha do mundo apenas 18 meses depois – fato importantíssimo para a vitória na guerra do Pacífico. O poderio econômico deste país é realmente incrível.
Esta notícia vem em boa hora para Obama que cada vez mais ganha força para a reeleição. Os Republicanos ainda não tem um candidato a altura para concorrer a presidência. Se cogitou na possibilidade de o bilionário falastrão Donald Trump pintar como candidato dos Republicanos, mas acabou que tudo era muito mais marketing do que qualquer outra coisa. Pena, pois talvez ele fosse o candidato agressivo que os Republicanos precisariam para bater de frente com Obama, que é sempre eficiente e eloquente em seus debates. A morte de Osama Bin Laden pode ter sido a cereja no bolo de Obama, que agora esta bem munido de argumentos para os sua campanha presidencial. O atual presidente tem tudo o que o povo quer ouvir: os EUA estão saindo do buraco economicamente e, finalmente, vingaram o 11 de Setembro desarticulando as grandes forças terroristas anti-EUA.
Cabe agora aos Republicanos acharem um candidato de calibre para as eleiçoes de 2012. John Boehner, presidente do Congresso Americano aparece como uma opção de peso por ser figura forte no partido Republicano. Boehner, que é nativo do estado de Ohio, é critíco assíduo de projetos polêmicos do governo Obama como a reforma na saúde, o resgate econômico e a retirada das tropas do Afeganistão e Iraque. Outro nome que surge forte na briga presidencial é o da Republicana Sarah Palin, que hoje em dia tem até reality show nos EUA e esbanja popularidade. Idependente de quem seja, a briga vai ser boa. Argumentos não vão faltar e o público Americano certamente vai ficar divido. Quem viver, verá.
